“Nosso inimigo principal não é o imperialismo, nem a burguesia, nem a burocracia. Nosso inimigo principal é o medo, e o levamos dentro”.
(Domitila Bairros, uma das valorosas mulheres que ajudaram a derrocar a ditadura militar boliviana em 1978).
Noticias sobre o Mercosul aparecem na grande mídia brasileira quando existe algum conflito comercial entre Brasil e Argentina. Geralmente, a disputa é induzida pela FIESP (“Federação das Indústrias do Estado de São Paulo”) e a UIA (“Unión Industrial Argentina”) que pressionam os respectivos governos representando exatamente os mesmos interesses (e o mesmo capital) de ambos os lados da fronteira. Porém, o Mercosul é (ou deveria ser) muito mais do que um acordo comercial para agradar capitais com vantagens alfandegárias. A integração cultural da América Latina precede qualquer interesse comercial. O interesse por facilitar mercados deveria se basear no sentimento de irmandade e solidariedade, esquecido no meio do medo, da desagregação e do egoísmo imposto na América Latina toda desde a invasão européia.